Por detrás dos Jogos Paralímpicos: Ninguém vence sozinho
Mesmo em desportos individuais, ninguém vence sozinho. Atrás do atleta, há sempre um treinador e vários outros especialistas, até uma família. GOJYSK.com conheceu o pai do ciclista Martin Heggelund na vila paralímpica.
A meio da entrevista, um telefone toca, e Mogens Heggelund pede desculpas e pergunta se pode atender. É o seu filho Martin, que acabou de terminar o seu treino e agora quer saber onde estão as calças compridas.
Este é um bom exemplo do motivo pelo qual Mogens Heggelund vai aos Jogos Paralímpicos de 2024 em Paris. O seu filho, Martin Heggelund, que compete no Ciclismo adaptado, tem paralisia cerebral. Ele consegue fazer tudo sozinho, mas despende mais tempo e energia, e é por isso que Mogens está lá para o ajudar com todas as questões práticas, para que Martin possa concentrar-se no que é mais importante: pedalar o mais rápido possível.
Os dois formaram uma equipa há muito tempo. Claro, devido ao relacionamento pai-filho, mas foi durante uma viagem a Paris em 2018 para ver a final do Tour de France que Martin Heggelund realmente se viciou no ciclismo. Agora, está em Paris, não apenas como visitante, mas como atleta, e tem sido uma ótima experiência até agora.
"Foi incrivelmente emocionante, e a cerimónia de abertura foi especialmente grandiosa. Havia uma atmosfera muito especial, quando deixamos a vila paralímpica, e quando descemos do autocarro na Champs-Élysées, todos os voluntários estavam a torcer por nós. Causou um grande impacto", diz Mogens Heggelund.
CONFIGURAÇÃO PROFISSIONAL
Mogens Heggelund aposentou-se há dois anos e, portanto, conseguiu ajudar o seu filho ainda mais na preparação para os Jogos Paralímpicos. Ficou particularmente impressionado com profissionalismo do desporto adaptado.
"É realmente bem planeado, quando o Martin deve descansar, o que deve comer, como e quando deve treinar. Não acho que haja muita diferença em comparação aos desportos para pessoas sem deficiência nesse aspeto. Portanto, também ganhei um enorme respeito por todos os outros que estão aqui, porque vi quanto trabalho é necessário", diz Mogens.
O triciclo especial que Martin guia também tem sido difícil de adquirir, há poucos fabricantes que os produzem, e custam entre 60 000 e 70 000 coroas dinamarquesas.
"É claro que, para nós, como família, o ciclismo tem sido caro e, sem a ajuda de patrocinadores, entre outros, não teria sido possível", diz Mogens.
UMA BOA EXPERIÊNCIA
Martin Heggelund competirá a 4 de setembro e 7 de setembro nos Jogos Paralímpicos, e não está imediatamente entre os favoritos à medalha. Portanto, é mais pela experiência.
"O meu objetivo é que o Martin tenha uma boa experiência e sinta que fez o seu melhor, e ficarei satisfeito com isso. Se acabará no top 15, veremos. Alguns dias antes da corrida, sentar-se-á com o seu treinador e definirá uma meta ambiciosa, mas realista, e então cumprirá", diz Mogens.